quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

MELHORES DO ANO



Melhor Show: SLIPKNOT, no Rock in Rio.
Melhor Peça Teatral: LABIRINTO, de Moacir Chaves.
Melhor Diretor de Peça Teatral: JOSÉ WILKER (Palácio do Fim).
Melhor Ator de Teatro: GABRIEL VILLELA (Hécuba).
Melhor Atriz de Teatro: VERA HOLTZ (Palácio do Fim).
Melhor Livro: A PRIVATARIA TUCANA, Amaury Ribeiro Jr.
Melhor CD: ADELE (LIVE AT THE ROYAL ALBERT HALL).
Melhor DVD: RUSH (TIME MACHINE 2011 – LIVE IN CLEVELAND).
Melhor Cantor Nacional: ARLINDO CRUZ.
Melhor Cantora Nacional: PAULA FERNANDES.
Melhor Música: SOMEONE LIKE YOU (Adele).
Melhor Música Nacional: PÁSSARO DE FOGO (Paula Fernandes).
Melhor Filme: THE ARTIST, de Michel Hazanavicius.
Melhor Filme Brasileiro: O CÉU SOBRE OS OMBROS, de Sérgio Borges.
Melhor Programa de Humor na TV aberta: PÂNICO.
Melhor Humorista na TV aberta: RAFINHA BASTOS.
Melhor Personagem de Humor: VALÉRIA E JANETE (Rodrigo Sant’Anna e Thalita Carauta).
Melhor Novela: AMOR E REVOLUÇÃO, de Tiago Santiago.
Melhor Ator de Novela: MATEUS NACHTERGAELE (Miguézim – Cordel Encantado).
Melhor Atriz de Novela: NATHÁLIA TIMBERG (Vitória – Insensato Coração).
Melhor Programa de Entrevistas: DE FRENTE COM GABI.
Melhor Programa de Auditório: CQC.
Melhor Telejornal da TV aberta: JORNAL DA BAND.
Melhor Apresentador Jornalístico: PAULO HENRIQUE AMORIM (Domingo Espetacular).
Melhor Programa de Variedades: ESQUENTA.
Melhor Revista: EXAME.
Melhor Jornal: JORNAL DO BRASIL.
Melhor Site de Notícias: R7.com
Melhor Blog: CONVERSA AFIADA.
Melhor Perfil do Twitter: @stanleyburburin
Melhor Perfil de Humor do Twitter: @omoristas
Melhor Perfil de reflexões do Twitter: @galconrado

Seguem duas observações:
1ª -Você não vai ganhar nada por estar nesta seleção, apenas a certeza de que não foram os teus chefes que te elegeram para aumentar a audiência do seu produto com fins lucrativos. Provavelmente, você não me pagou para estar aqui e por fim, não trabalho em nenhuma destas empresas e não conheço nenhum citado.
2ª – Números de vendagem e audiência não qualificam ninguém e nenhum produto como “o melhor”. Ninguém deu mais ibope do que Hitler na Segunda Guerra Mundial...

COMENTEM...





segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Valores Imensuráveis




    Estamos inseridos na particular relação que o brasileiro estabeleceu com o twitter. Muito além de avisar que “estou almoçando...” ou “vou dormir bjks!”, esta rede social se transformou na convenção pluripartidária da esquerda e da direita. Debatemos o que esperávamos que a imprensa repercutisse, mas tendo em vista que revistas, jornais, telejornais e sites de notícias não passam de panfletos partidários cabe a nós a malfadada missão. E mergulhamos num mar de acusações patrocinadas, perseguições tendenciosas, investigações e denúncias exclusivas... Veja você! Ministros cassados, verbas da saúde e educação desviadas, privatizações vergonhosas... E a Europa? A crise na Grécia? O Oriente Médio? O tsunami japonês foi Haarp? E os aviões lançando rastros químicos sobre as nossas cabeças, em quaisquer cidades brasileiras? E a Supervia-RJ transportando gado? E o processo de valorização dos imóveis das áreas próximas às sedes olímpicas e da Copa disfarçado de plano de pacificação? Estamos atentos, apesar da apologia da ignorância que tenta nos tragar.
     Mas, o meu telefone tocou, por volta do meio-dia de hoje. Era a notícia do falecimento de um grande amigo: Ricardo Modesto. O tipo de pessoa que tem “Modesto” como sobrenome. Um doce militar, amigo de infância. Não estava nem aí para os indicadores financeiros, para a repercussão do livro do Amaury ou para a saída dos militares americanos do Iraque. Sua vida se resumia em fazer churrascos – sem comemoração aparente, ir à quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel e rechear o Orkut e Facebook dos amigos com mensagens positivas e de lembranças. Na verdade, não eram churrascos sem comemoração aparente. Havia a alegria da doce ignorância, se é que você me entende... Ricardo era advogado e militar, tinha o doce sorriso congelado dos incautos. Toda alegria se foi e hoje Ricardo é estatística da violência e/ou imprudência do trânsito brasileiro. Um acidente, um momento e o nada...
     Após todo o desgastante processo fúnebre presto esta singela homenagem. Obrigado por tudo, Ricardo. Principalmente, por me fazer observar o cheiro da chuva que caiu durante o seu sepultamento. Obrigado, pelas lágrimas humanas que derramei, sem nenhuma indignação política. Obrigado, por tudo. Principalmente, por ter percebido o quanto pode ser simples... VIVER!

domingo, 14 de agosto de 2011

NÃO VIAJE PELA AUTO VIAÇÃO 1001 LTDA



Deveria ser uma simples viagem de volta ao Rio de Janeiro, com saída de São Paulo à 00:15h do dia 29 de outubro de 2010. Embarquei no ônibus n° 2713, da Auto Viação 1001 Ltda., dirigido pelo motorista Sérgio Renato. Havia passado o dia inteiro trabalhando em São Paulo, após chegar na manhã do dia anterior, numa viagem de ônibus. Assim que entrei, procurei a poltrona n° 23, que fica ao lado da janela, e decidi dormir. Assim o fiz, durante toda a viagem. Sequer acordei  na parada intermediária. Estava muito cansado. Chegando ao Rio de Janeiro, preparei-me para o desembarque, quando percebi que a minha calça estava completamente manchada por uma substância similar à graxa automotiva, com consistência similar à goma de mascar. Toda a perna direita, do lado da janela, estava tomada pela estranha substância produto da falta de higienização do veículo. Queixei-me ao motorista, que ao ver a minha situação, demonstrou preocupação e cuidado; e conduziu-me ao Sr. Marcos Canto, o diretor responsável pela empresa na rodoviária Novo Rio. O Sr. Marcos Canto, que sequer saiu do guichê da empresa para me atender, demonstrou total descaso com a minha situação. Após ofender-me verbalmente e tratar-me com profundo descaso ele disse: “...procure os seus direitos!” Imediatamente, registrei uma ocorrência de reclamação na ANTT (n°155079), na própria rodoviária. Indignado, retornei à minha residência naquelas condições vexatórias de higiene, com aparência deplorável e com a roupa extremamente suja. Todos me olhavam por onde passava. Alguns aparentavam medo de mim, ao confundir-me com um morador de rua, tamanha a sujeira na minha calça. Também registrei uma reclamação na própria Auto Viação 1001 Ltda. (Ocorrência 105073) que me respondeu “... será oferecido o reembolso pela lavagem da calça.” No entanto, não fui procurado pela empresa. E quanto ao vexame e constrangimento? Fui informado que o Sr. Marcos Canto não é mais o responsável pelo atendimento aos clientes na Rodoviária Novo Rio.
Movi uma ação de danos morais e danos materiais contra a empresa no XVII JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL (Processo n° 0031206-51.2010.8.19.0204). O processo foi julgado no dia 11 de julho de 2011 e a sentença publicada em 18 de agosto de 2011. Veja o teor da sentença:
“... o pedido de dano moral não merece prosperar. É preciso estancar a ideia de que todo e qualquer aborrecimento seja fonte de indenização por dano moral, fato que vem causando o abarrotamento do Poder Judiciário com demandas geradas, na maioria das vezes, por um simples mal-estar ou o mais comezinho transtorno”.
O que ocorreu após embarcar no ônibus n°2713 da Auto Viação 1001 Ltda.?
01 -  Minha calça foi completamente danificada por graxa automotiva.
02 -  O Sr. Marcos Canto falou-me que eu mesmo poderia ter me sujado!? (Minhas mãos estavam limpas, portava uma pequena pasta de documentos nas mãos, a quantidade de graxa na lateral era imensa).
03 -  Os funcionários da ANTT, atônitos pela situação, aconselharam-me a registrar uma ocorrência.
04  -  O Sr. Marcos Canto debochou do meu estado e mandou-me “correr atrás dos meus direitos”.
05  -  Percorri todo o trajeto até a minha residência naquele estado sendo, até mesmo, confundido com um marginal, ou um morador de rua...
E EM QUE A EMPRESA FOI PUNIDA???
EM NADA!
(Tenho o dever moral de publicar este fato. A maior punição à empresa está na decisão que tomei de JAMAIS VIAJAR PELA AUTO VIAÇÃO 1001 Ltda. Espero que você, que é um consumidor consciente me acompanhe nesta decisão, visto que, todo o vexame moral ao qual fui submetido não foi suficiente para a Justiça punir a empresa.)
DÊ RT!!!

sábado, 18 de junho de 2011

Dez poesias de minha autoria, do livro "Acalanto Agridoce".

Depressão

Metros acima
O fundo do poço
Posso vê-lo por debaixo
Formigas em alvoroço
Disputam meu corpo
Finda a existência
Na própria essência

Interajo com a terra
Conduzo a seiva na artéria
E essa dor que não se encerra
Surpreende e se eterniza
Após a dissolução da matéria
Sou só o amor que agoniza
A mentira

A mentira é tão criativa
Quanto fria é a verdade.
A mentira é complacente
Coerente e agradável
Ela é o idioma universal.
Síntese da globalização.
A mentira é o feriado
Gozado pelos opositores.
É a única verdade
No relacionamento duvidoso.
É a arma dos loucos de paixão.
A mentira é quase sagrada.
Resquícios

Não subestime a tristeza
Ela sempre pode ser maior
E quando aparenta superada
Refeita ressurge revigorada

A tristeza é sempre adulta
Invariavelmente experiente
Ela já nasce doutorada
E eterna no coração da gente
Evasivo

Além das estrelas existem estrelas
Mas seu brilho não é tudo
Além das estrelas existem outros mundos
Além desses mundos
Estrelas
Existem estrelas que já não existem
Percorrendo por fim outros mundos
Quando nossas em nosso mundo
Ausentes aos poucos em mundos outros

Além das estrelas existem amores
Mas seu brilho não é tudo
Além dos amores existem outros amores
Após tais amores
Estrelas
Existem amores que já não existem
Percorrendo por fim o meu mundo
Quando mortos em meu mundo
Presente aos poucos em mundos outros
Mea culpa

A carência é a mentira mais perfeita
É o prognóstico para qualquer depressão
É o desenho riscado à beira-mar
É o cigarro fumado de madrugada

A carência é a dor e a cura
É a fábrica diuturna de amor
É a canção repetida à exaustão
É o inconformismo para a decepção prevista

A carência é o amor que parte em direção ao desconhecido
É a esperança que se renova
É o pesadelo constante insustentável
É a lembrança da viagem a Valença

A carência está num nome protegido dos deuses
Na melodia da canção dos teus lábios
Nas palavras que proferias
Na fria cama em que tu me amavas

A carência compreende a tua covardia
Tolera tuas desculpas esfarrapadas
Acata tua nova traição
Acalma minha reação intempestiva

A carência não questiona os pecados
Deseja teu bem por me amar
Nega o prazer para preservar-te a vida
Escuta, acalma, aconselha e esclarece

A carência vende os sonhos para compra-te o mundo
Endivida-se para limpar teu nome
Planeja teu futuro deificado
E para sempre me colocará a tua espera.
                                                                                             (Para A.L.T.)
A incrível derrota do dragão da maldade

Hora de lavar a roupa
Dar um banho na alma
Hora de cortar teus cabelos
Anular tua força
Alterar tua face
Tornar-te nova criatura

Hora de trocar as lentes
Quebrar meus óculos
Abrir a mente para um novo mundo
Dar novos rumos aos teus diálogos
Dar novas falas aos teus epílogos

Hora de focar o infinito
Hora de mudar meu pensamento
Ler o romance impressionista
Ser doutorado em Raul Pompéia
Lançar poesia na artéria
Fazer programas mais intimistas

Hora de ser mais técnico
Desenvolver o intelecto
Apagar o meu cigarro
As frases nas quais me amarro
As noites sem amor com sexo

Hora de esquecer teu telefone
Teu beijo
Teu cheiro
Teu nome
E ver no meu espelho
Outro reflexo
À mulher reprimida

E para o seu mundo tudo é vil
Tudo é sempre tão obscuro...
Todo improviso
Toda nova cor
Toda sensação...
E para o seu mundo tudo é privação
Tudo é sempre tão imoral
Tão obsceno
Tão reprovável
Tão discutível...

Levanta-te
Extirpa teu tumor maligno
Liberta a tua alma
Desnuda-te perante o espelho
Percorre a circunferência dos teus seios
Afaga teus lábios
Morda tua língua
Perceba-te vibrante
Aquecida
Enxaguada...
Erga tuas mãos aos cabelos
(Estão mais próximos que os céus)
Não te esqueças que são teus
E Deus não te imputarás pecado

Abraça-te
Sorria o teu melhor sorriso
Permita que o cantar daquele pássaro desopile teu ar cansado
Num processo redentor
Saboreie tua vida
Entrega-te ao amor
Conceito de Poesia

A poesia é a quantificação
da capacidade abstrativa de Deus.
A materialização do divino é a natureza
O restante é poesia
Desta forma há uma deificação do poético
E a consequente humanização do divino
Traduzindo a clara incógnita da criação:
"Somos de Deus a imagem
Conforme a sua semelhança"
O nascimento do poeta

De repente a morte chegou
Inexplicável e sorrateira
Retirou-me alma e espírito
Lançou sobre tudo um cinza
Eternizou o entardecer
Não era mais nem dia nem noite
O único movimento constante
Era a precipitação das águas
Que lançavam-se ao solo
Num espetáculo suicida
Integrando-me à própria natureza
Elevando o meu sofrimento
A angústia de todo o universo

Ainda percebo-me
Minha morte não foi completa
Pois sabendo quem não sou
De certa forma estou aqui
Esta observação dolorosa
Quase levou-me à loucura
Visto que enquanto inexistente
Presencio a minha ausência

Neste momento inexplicável
De expectativa escatológica
Sinto sinais vitais crescentes
Manifestando-se energéticos
No interior da matéria morta

Como a mãe que vislumbra
O filho além da carne
Extrapolo as leis do entendimento
E vislumbro o movimento
do poético embrião.

O homem morto e o poeta
São criaturas muito diferentes
Mas se alimentam de tristeza
Solidão, desamor, desilusão
E duma paixão eterna
Quase herança genética
Que se perpetuou

Acalanto Agridoce

Divina inspiração terapêutica
Liberta os demônios que obstruem as artérias
Tu vais da razão ao sentimento
Tu és poesia sódica
Acalanto Agridoce.

domingo, 12 de junho de 2011

1° exame de qualificação da Uerj- 2012 (12-06-11)


Boa prova!
12/06/2011
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
2 Vestibular Estadual 2012 1ª fase Exame de Qualificação
QUINO
Déjenme inventar. Buenos Aires: Ediciones de La Flor, 2003.
Na tira do cartunista argentino Quino, utilizam-se recursos gráficos que lembram o cinema.
A associação com a linguagem artística do cinema, que lida com o movimento e com o
instrumento da câmera, é garantida pelo procedimento do cartunista demonstrado a seguir:
(A) ressaltar o trabalho com a vassoura para sugerir ação
(B) ampliar a imagem da mulher para indicar aproximação
(C) destacar a figura da cadeira para indiciar sua importância
(D) apresentar a sombra dos personagens para sugerir veracidade
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Vestibular Estadual 2012 1ª fase Exame de Qualificação 3
A tira traz um efeito de surpresa ao final, produzido pela cena inusitada de uma pessoa
sentada no ar, como se isso fosse possível.
Esse efeito de surpresa se intensifica pelo fato de o último quadrinho contrastar com o
seguinte aspecto da própria tira:
(A) exposição parcial do cotidiano familiar
(B) sugestão gradual de atitudes imprevisíveis
(C) apresentação sequencial de ações rotineiras
(D) referência indireta à solidão dos personagens
O texto de Mário Quintana se baseia em duas oposições: “gente bem” versus “criadas” e
“este mundo” versus “o outro mundo”.
“O outro mundo” é representado, no texto, por alguns elementos evocados pelo narrador.
A expressão que melhor identifica tais elementos é:
(A) ventos encanados
(B) moléstias de senhoras
(C) anúncios farmacêuticos
(D) histórias de assombrações
O chá, os fantasmas, os ventos encanados...
Nasci no tempo dos ventos encanados, quando, para evitar compromissos, a “gente bem” dizia
estar com enxaqueca, palavra horrível mas desculpa distinta. Ter enxaqueca não era para todos,
mas só para essas senhoras que tomavam chá com o dedo mindinho espichado. Quando eu via
aquilo, ficava a pensar sozinho comigo (menino, naqueles tempos, não dava opinião) por que é
que elas não usavam, para cúmulo da elegância, um laçarote azul no dedo...
Também se falava misteriosamente em “moléstias de senhoras” nos anúncios farmacêuticos
que eu lia. Era decerto uma coisa privativa das senhoras, como as enxaquecas, pois as criadas,
essas, não tinham tempo para isso. Mas, em compensação, me assustavam deliciosamente com
histórias de assombrações. Nunca me apareceu nenhuma.
Pelo visto, era isso: nunca consegui comunicar-me com este nem com o outro mundo. A não ser
através d’ O tico-tico e da poesia de Camões, do qual até hoje me assombra este verso único: “Que
o menor mal de tudo seja a morte!” Pois a verdadeira poesia sempre foi um meio de comunicação
com este e com o outro mundo.
MÁRIO QUINTANA
Mario Quintana: poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
4 Vestibular Estadual 2012 1ª fase Exame de Qualificação
Além da comparação entre papéis sociais, há no texto outra comparação, implícita, que indica
uma compreensão do narrador acerca de comportamentos na sociedade.
Essa comparação implícita está em:
(A) menino, naqueles tempos, não dava opinião (l. 4)
(B) Também se falava misteriosamente em “moléstias de senhoras” (l. 6)
(C) Nunca me apareceu nenhuma. (l. 9)
(D) até hoje me assombra este verso único: (l. 11-12)
A não ser através d’ O tico-tico e da poesia de Camões, (l. 10-11)
A expressão em destaque torna a frase que ela introduz uma ressalva em relação ao que
está enunciado anteriormente.
Essa ressalva evidencia que as leituras do poeta lhe davam a seguinte possibilidade:
(A) rever suas crenças arraigadas
(B) interagir com universos diferentes
(C) superar uma alienação do presente
(D) compreender a idealização da morte
O segundo parágrafo do texto revela mais claramente a compreensão do menino acerca
daquela sociedade de papéis bem definidos, a partir da situação econômica de cada um.
O par de vocábulos, presentes no texto, que remete à divisão entre grupos sociais, tal como
caracterizada pelo narrador, é:
(A) chá – fantasmas
(B) elegância – laçarote
(C) privativa – verdadeira
(D) encanados – espichado
Ter enxaqueca não era para todos, (l. 2)
Considerando que a afirmação acima não pode ser verdadeira, conclui-se que ela é feita para
expressar outro sentido, menos literal.
O sentido expresso pela afirmação, no texto, pode ser definido como:
(A) metonímico
(B) hiperbólico
(C) metafórico
(D) irônico
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Vestibular Estadual 2012 1ª fase Exame de Qualificação 5
Memórias do cárcere
Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, casos passados há dez anos − e, antes de
começar, digo os motivos por que silenciei e por que me decido. Não conservo notas: algumas
que tomei foram inutilizadas, e assim, com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada vez mais
difícil, quase impossível, redigir esta narrativa. Além disso, julgando a matéria superior às minhas
forças, esperei que outros mais aptos se ocupassem dela. Não vai aqui falsa modéstia, como
adiante se verá. Também me afligiu a ideia de jogar no papel criaturas vivas, sem disfarces, com
os nomes que têm no registro civil. Repugnava-me deformá-las, dar-lhes pseudônimo, fazer do
livro uma espécie de romance; mas teria eu o direito de utilizá-las em história presumivelmente
verdadeira? Que diriam elas se se vissem impressas, realizando atos esquecidos, repetindo
palavras contestáveis e obliteradas?
(...)
O receio de cometer indiscrição exibindo em público pessoas que tiveram comigo convivência
forçada já não me apoquenta. Muitos desses antigos companheiros distanciaram-se, apagaramse.
Outros permaneceram junto a mim, ou vão reaparecendo ao cabo de longa ausência, alteramse,
completam-se, avivam recordações meio confusas − e não vejo inconveniência em mostrá-los.
(...)
E aqui chego à última objeção que me impus. Não resguardei os apontamentos obtidos em
largos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água.
Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável? Quase me inclino a supor
que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consultá-lo a cada
instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma partida, quantas demoradas
tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das
árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos,
gritos, gemidos. Mas que significa isso? Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis.
E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco, pelo menos imagino que valiam
pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencionálas.
Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade. (...) Nesta reconstituição de fatos
velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. Outros devem possuir
lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas: conjugam-se,
completam-se e me dão hoje impressão de realidade. Formamos um grupo muito complexo, que
se desagregou. De repente nos surge a necessidade urgente de recompô-lo. Define-se o ambiente,
as figuras se delineiam, vacilantes, ganham relevo, a ação começa. Com esforço desesperado
arrancamos de cenas confusas alguns fragmentos. Dúvidas terríveis nos assaltam. De que modo
reagiram os caracteres em determinadas circunstâncias? O ato que nos ocorre, nítido, irrecusável,
terá sido realmente praticado? Não será incongruência? Certo a vida é cheia de incongruências,
mas estaremos seguros de não nos havermos enganado? Nessas vacilações dolorosas, às vezes
necessitamos confirmação, apelamos para reminiscências alheias, convencemo-nos de que a
minúcia discrepante não é ilusão. Difícil é sabermos a causa dela, desenterrarmos pacientemente
as condições que a determinaram. Como isso variava em excesso, era natural que variássemos
também, apresentássemos falhas. Fiz o possível por entender aqueles homens, penetrar-lhes
na alma, sentir as suas dores, admirar-lhes a relativa grandeza, enxergar nos seus defeitos a
sombra dos meus defeitos. Foram apenas bons propósitos: devo ter-me revelado com frequência
egoísta e mesquinho. E esse desabrochar de sentimentos maus era a pior tortura que nos podiam
infligir naquele ano terrível.
GRACILIANO RAMOS
Memórias do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
6 Vestibular Estadual 2012 1ª fase Exame de Qualificação
Memórias do cárcere, do romancista Graciliano Ramos, contam as desventuras do autor
enquanto foi preso político no Presídio da Ilha Grande, em 1936.
Apesar de ser um livro autobiográfico, o autor expõe, logo na abertura, as dificuldades de
reconstrução da memória.
A consciência de Graciliano Ramos em relação ao caráter parcialmente ficcional das suas
memórias está evidenciada no seguinte trecho:
(A) Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, (l. 1)
(B) Também me afligiu a ideia de jogar no papel criaturas vivas, (l. 6)
(C) Outros devem possuir lembranças diversas. (l. 26-27)
(D) conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade. (l. 27-28)
As palavras classificadas como advérbios agregam noções diversas aos termos a que se
ligam na frase, demarcando posições, relativizando ou reforçando sentidos, por exemplo.
O advérbio destacado é empregado para relativizar o sentido da palavra a que se refere em:
(A) utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? (l. 8-9)
(B) Certamente me irão fazer falta, (l. 17)
(C) Afirmarei que sejam absolutamente exatas? (l. 25)
(D) desenterrarmos pacientemente as condições que a determinaram. (l. 36-37)
Graciliano Ramos busca dar uma explicação mais objetiva ao leitor sobre os motivos que
justificam seu relato. Entretanto, já nesta explicação, o autor lança mão de recursos da
linguagem figurada, frequentes no discurso literário.
O fragmento do texto que melhor exemplifica o uso de linguagem figurada é:
(A) dar-lhes pseudônimo, fazer do livro uma espécie de romance; (l. 7-8)
(B) Outros permaneceram junto a mim, ou vão reaparecendo (l. 13)
(C) quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, (l. 19-20)
(D) às vezes necessitamos confirmação, apelamos para reminiscências alheias, (l. 34-35)
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Vestibular Estadual 2012 1ª fase Exame de Qualificação 7
Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num
momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. (l. 15-16)
O fragmento acima poderia ser reescrito com a inserção de um conectivo no início do trecho
sublinhado.
Esse conectivo, que garantiria o mesmo sentido básico do fragmento, está indicado em:
(A) porque
(B) embora
(C) contudo
(D) portanto
Em sua reflexão acerca das possibilidades de recompor a memória para escrever o livro, o
narrador utiliza um procedimento de construção textual que contribui para a expressão de
suas inquietudes.
Tal procedimento pode ser identificado como:
(A) encadeamento de fatos passados
(B) extensão de parágrafos narrativos
(C) sequência de frases interrogativas
(D) construção de diálogos presumidos
Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter
notado. (l. 25-26)
O uso do verbo “julgar”, no fragmento acima, promove uma correção do que estava dito
imediatamente antes.
Essa correção é importante para o sentido geral do texto porque:
(A) questiona a validade de romancear fatos
(B) minimiza o problema de narrar a memória
(C) valoriza a necessidade de resgatar a história
(D) enfatiza a dificuldade de reproduzir a realidade
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
8 Vestibular Estadual 2012 1ª fase Exame de Qualificação
Normalmente, é possível omitir elementos de construção de frases sem dificultar a
compreensão do leitor, uma vez que ficam subentendidos pelo conjunto da própria estrutura
ou pela sequência em que se apresentam.
O exemplo do texto em que há omissão de elementos de construção de frases, sem prejuízo
da compreensão, é:
(A) com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada vez mais difícil, quase impossível, redigir
esta narrativa. (l. 3-4)
(B) Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por
dizer com rigor a hora exata de uma partida, (l. 18-19)
(C) Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade. (l. 25)
(D) Com esforço desesperado arrancamos de cenas confusas alguns fragmentos. Dúvidas
terríveis nos assaltam. (l. 30-31)
Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis. (l. 22)
Com a frase acima, o escritor lembra um princípio básico da literatura: a verossimilhança
− isto é, a semelhança com a verdade − é mais importante do que a verdade mesma.
A melhor explicação para este princípio é a de que a invenção narrativa se mostra mais
convincente se:
(A) parece contar uma história real
(B) quer mostrar seu caráter ficcional
(C) busca apoiar-se em fatos conhecidos
(D) tenta desvelar as contradições sociais

terça-feira, 7 de junho de 2011

Política Cotista no Rio (por Jornal O Dia)


Negros e índios terão 674 vagas no estado neste ano

Medida que reserva 20% das chances em concursos para esses grupos entra em vigor em julho. Basta se autodeclarar na inscrição

POR ALINE SALGADO
Rio - Todos os concursos públicos estaduais contarão, a partir de 7 de julho, com reserva de 20% das vagas para candidatos que se autodeclararem negros ou indígenas. A medida, assinada ontem pelo governador Sérgio Cabral, já recairá sobre, pelo menos, 674 das 3.368 oportunidades em oito seleções já anunciadas para acontecerem neste ano no estado.

Entre os órgãos com concursos previstos, estão: Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), com previsão de 1.230 vagas; Polícia Civil, com 854; Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, 650; Polícia Militar, 490; Procon, 181 chances; Ministério Público do Estado, 178; Secretaria de Fazenda, 30; e Tribunal de Contas do Estado, 25.

O decreto se insere em conjunto de medidas a serem implementadas ao longo de 2011, instituído Ano Estadual das Populações Afrodescendentes e das Políticas de Promoção da Igualdade Racial. “Preconceito é o que há de pior e nós estamos combatendo esse mal com política séria, voltada para a igualdade racial. Agora, com certeza, teremos mais professores, procuradores, defensores e outros profissionais negros”, afirmou o governador no ato de assinatura do decreto.

Ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros destacou ainda o posicionamento do estado na vanguarda das ações afirmativas. “O Rio é exemplo para que outras iniciativas se espalhem pelo Brasil e contribuam para reduzir as desigualdades”, disse. 

‘Dos 800 defensores, menos de 20 são afrodescendentes’

Secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves Barreto reforça a ideia de inserir negros em áreas de alta representatividade no governo estadual. “Segundo o IBGE, 51% da população do País é negra e, mesmo assim, a participação deles na alta esfera da Administração Pública é inexpressiva. Na Defensoria, por exemplo, dos 800 defensores, menos de 20 são afrodescendentes. Esta é uma medida histórica”, avalia.

A lei de cotas está associada a outros projetos de inclusão, como o Renda Melhor, para a superação da pobreza extrema, e o programa de treinamento de alunos cotistas da Uerj. “A secretaria vai iniciar, no próximo semestre, um projeto para preparar os universitários para o ingresso na Administração Pública”, antecipou o secretário. 

Regras

AUTODECLARAÇÃO
Pelas regras do decreto, candidatos deverão se autodeclarar negros ou indígenas no momento da inscrição no concurso. Caso o participante escolha não entrar no sistema de cotas, ele ficará submetido às regras gerais da seleção. 

NOTA MÍNIMA
Para serem aprovados, todos os candidatos — incluindo negros e índios autodeclarados — precisam obter a nota mínima exigida. Se não houver negros ou indígenas aprovados, as vagas das cotas voltarão automaticamente para a contagem geral e poderão ser preenchidas pelos demais participantes da seleção, segundo a ordem de classificação.

NOMEAÇÃO
A nomeação dos aprovados também obedece à classificação geral do concurso. Mas, a cada cinco candidatos aprovados, a quinta vaga fica destinada a um negro ou a um indígena.

VALIDADE
A reserva de vagas terá validade inicial de 10 anos, prorrogável por meio de novo decreto. A cada dois anos, a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos fará um balanço sobre o resultado do sistema de cotas.
Colaborou Francisco Edson Alves

terça-feira, 31 de maio de 2011


Predicação Verbal
Chama-se predicação verbal ao resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo e entre os verbos e os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem ser intransitivostransitivos ou de ligação.
1) Verbo Intransitivo
É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita.
Por Exemplo:
O avião caiu.
O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante pode acrescentar outras informações, como:
local: O avião caiu sobre as casas da periferia.
modo: O avião caiu lentamente.
tempo: O avião caiu no mês passado.
Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se compreenda a informação básica.
2) Verbo Transitivo
É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se aos complementos, para adquirir sentido completo. Veja:
S. SimplesPredicado
As criançasprecisamde carinho.
12
1= Verbo Transitivo 
2= Complemento Verbal (Objeto)
O verbo transitivo pode ser:
a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbodiretamente, sem preposição obrigatória.
Por Exemplo:
Nósescutamosnossa música favorita.
1

1= Verbo Transitivo Direto
b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao verboindiretamente, com preposição obrigatória.
Por Exemplo:
Eugostode sorvete.
2

2 =  Verbo Transitivo Indireto
c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo transita para o complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo.
Por Exemplo:
Elacontoutudo ao namorado.
3

3= Verbo Transitivo Direto e Indireto
3) Verbo de Ligação
É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações.
O verbo e ligação pode expressar:
Por Exemplo:
Sandra é alegre.
Sandra vive alegre.

b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se
Por Exemplo:
Mamãe está bem.
Mamãe encontra-se bem.

c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se
Por Exemplo:
    Júlia ficou brava. Júlia fez-se brava.

d) continuidade de estado: continuar, permanecer
Por Exemplo:
Renato continua mal.
Renato permanece mal.

Por Exemplo:
Marta parece melhor.
Observação:  a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação. Veja:
1 - O jovem anda devagar.
anda = verbo intransitivo, expressa uma ação.
2 - O jovem anda preocupado.
anda=  verbo de ligação, expressa um estado.


Classificação do Predicado
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está num nome ou num verbo. Além disso, devemos considerar se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Veja o exemplo abaixo:
Os animaisnecessitam de cuidados especiais
SujeitoPredicado

O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que se refere ao sujeito: necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo (necessitar é, no caso, de algo), que assume, assim, o papel de núcleo significativo do predicado. Já em:
A naturezaé bela
SujeitoPredicado

No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O verbo agora atua como elemento de ligação entre sujeito e a palvra a ele relacionada. O núcleo do predicado é bela. Veja o próximo exemplo:
O diaamanheceu ensolarado
SujeitoPredicado

Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao sujeito: amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se refere ao sujeito). O predicado apresenta, portanto, dois núcleos: amanheceuensolarado.
Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de predicado: verbalnominal verbo-nominal.
Predicado Verbal
Apresenta as seguintes características:
a) Tem um verbo como núcleo;
b) Não possui predicativo do sujeito;
c) Indica ação.
Por exemplo:
Eles revelaram toda a verdade para a filha.
Predicado Verbal
Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo seja significativo, isto é, que traga uma ideia de ação. Veja os exemplos abaixo:
O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)
Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal =Chove)
Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu)
A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida)
Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o verbo demolir de ser o núcleo do predicado.


Predicado Nominal
Apresenta as seguintes características:
a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;
b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;
c) Indica estado ou qualidade.
Por Exemplo:
Leonardo é competente.
                       Predicado Nominal

    No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligação. Os exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja:
Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está  = verbo de ligação)
A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)
O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação)
Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito,acabou = verbo de ligação)
Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do sujeito, virou = verbo de ligação)

Predicativo do Sujeito
É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:
a) Adjetivo ou locução adjetiva:
Por Exemplo:
O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)
Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)

b) Substantivo ou palavra substantivada:
Por Exemplo:
Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)
Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar  = verbo substantivado)
c) Pronome Substantivo:
Por Exemplo:
Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)
d) Numeral:
Por Exemplo:
Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)


Predicado Verbo-Nominal
Apresenta as seguintes características:
a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;
b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;
c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.
Por Exemplo:
Os alunossaíram da aula alegres.
Predicado Verbo-Nominal
O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo), que indica uma ação praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do sujeito no momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal. Veja:
Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.

Estrutura do Predicado Verbo-Nominal
O predicado verbo-nominal pode ser formado de:
1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito
Por Exemplo:
Joanapartiucontente.
SujeitoVerbo IntransitivoPredicativo do Sujeito

2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto
Por Exemplo:
A despedidadeixoua mãeaflita.
SujeitoVerbo TransitivoObjeto DiretoPredicativo do Objeto

3 - Verbo Transitivo + Objeto +   Predicativo do Sujeito
Por Exemplo:
Os alunoscantaramemocionadosaquela canção.
SujeitoVerbo TransitivoPredicativo do SujeitoObjeto Direto

Saiba que:
Para perceber como os verbos participam da relação entre o objeto direto e seu predicativo, basta passar a oração para voz passiva. Veja:
Voz Ativa:
As mulheresjulgamos homensinsensíveis.
SujeitoVerbo SignificativoObjeto DiretoPredicativo do Objeto
Voz Passiva:
Os homenssão julgadosinsensíveispelas mulheres.
Verbo SignificativoPredicativo do Objeto
O verbo julgar relaciona o complemento (os homens) com o predicativo (insensíveis). Essa relação se evidencia quando passamos a oração para a voz passiva.

Observação: o predicativo do objeto normalmente se refere ao objeto direto. Ocorre predicativo do objeto indireto com o verbo chamar. Assim, vem precedido de preposição.
Por Exemplo:
Todos o chamam de irresponsável.
Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.) 



Para compreendermos os tipos de predicado existentes na Língua Portuguesa, temos, primeiramente, que saber a definição de predicado

Predicado é tudo o se declara acerca do sujeito, ou seja, é tudo que há na frase que não é o sujeito. 

Predicado Verbal 
O predicado verbal possui obrigatoriamente um verbo, o qual é o núcleo do predicado. O verbo é núcleo do predicado quando é nocional, ou seja, que demonstra uma ação. 

Os alunos estudam todos os dias para o concurso. 

Observe na frase que o verbo “estudam” evidencia uma ação: o ato de estudar, e diz respeito ao sujeito “os alunos” ao mesmo tempo que é complementado pelo restante do predicado “todos os dias para o concurso”. Porém, como o núcleo do predicado é o verbo “estudam”, chamamos o predicado de verbal. 

Predicado Nominal 
No predicado nominal o núcleo do predicado é um nome, o qual exerce a função de predicativo do sujeito. 
Predicativo do sujeito é um termo que dá significado, atributo, característica ao sujeito ou, ainda, exprime seu estado ou modo de ser. O predicativo é conectado ao sujeito sempre através de um verbo de ligação. 

1ª. Ela está cansada. 
2ª. As taxas de juros continuam elevadas. 

Observe na primeira oração que “cansada” é um atributo dado ao sujeito “Ela”. O sujeito “Ela” e o predicado nominal “cansada” estão conectados pelo verbo de ligação “está”. 
Na segunda frase, observamos o mesmo processo anterior de análise: perguntamos quem continuam? e continuam o quê? E temos as respostas: “as taxas de juros” (sujeito) e “elevadas” (predicado nominal), ou seja, o predicativo nominal só atribui significado ao sujeito quando ligado pelo verbo de ligação (continuam). A oração só tem sentido pelo complemento (predicado) “elevadas”, o qual é, portanto, o núcleo do predicado nominal. 

Predicado verbo-nominal 
O predicado verbo-nominal possui dois núcleos: um verbo nocional, como vimos no predicado verbal, e um predicativo, que pode referir-se tanto ao sujeito quanto ao verbo. 

Os alunos estudaram cautelosos para o simulado. 

Observamos na frase que há dois núcleos: o verbo nocional (estudaram), ou seja, o sujeito praticou uma ação. No entanto, há uma característica dada ao sujeito “cautelosos”, que é, portanto, uma predicação, uma qualidade concedida ao sujeito, logo, é o predicativo do sujeito. Poderíamos desdobrar a última oração em duas: 

Os alunos estudaram para o simulado. Eles foram cautelosos

Na primeira oração temos um predicado verbal “estudaram para o simulado”, no qual o núcleo é o verbo nocional “estudaram”. Já na segunda oração o núcleo do predicado é um nome “cautelosos” conectado por um verbo de ligação (foram) ao sujeito (Eles) e, portanto, é um predicado nominal.
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Por Sabrina Vilarinho Menezes
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola